segunda-feira, janeiro 08, 2007

Livro 1 – FINISH HIM

GONZO!

Matei A grande caçada aos tubarões, do Hunter Thompson. Bonzinho, bem divertido em vários momentos. Thompson é o pai do gonzo journalism. São reportagens escritas sempre em primeira pessoa e nas quais o escritor é parte direta da ação. Nela, misturam-se ficção e realidade (muitas vezes com a ajuda de drogas, muitas drogas), enquanto o escritor descreve sua jornada e seus insights sobre o tema central do artigo/livro e tudo mais que o circunda.

O livro mais famoso de Thompson e a primeira obra gonzo é Medo e Delírio em Lãs Vegas (Fear and Loathing in Las Vegas, tem até um filme com o Johnny Deep, baseado no livro), que teoricamente seria um artigo sobre uma corrida de carros que aconteceria em Las Vegas e se torna “uma busca pelo sonho americano perdido, andando erroneamente pelas peculiares e decadentes figuras dos casinos da Strip de Vegas”. Uma pitadinha para sentirmos o drama. Estamos bem no começo do livro e Thompson (com o pseudônimo de Raoul Duke) e seu advogado samoano já entorpecidos estão viajando para Vegas e oferecem carona para um pobre menino:

“Por quanto tempo poderemos segurar?, me perguntei. Quanto tempo até um de nós começar a tagarelar louca e incoerentemente com este menino? E aí, o que ele vai pensar? Esse mesmo deserto solitário foi o último lar conhecido da família Manson. Será que ele vai fazer essa terrível relação quando meu advogado começar a berrar sobre morcegos e raias descendo sobre o carro? Se fizer... bem, vamos precisar cortar sua cabeça fora e enterrá-lo em algum lugar. Porque não preciso nem dizer que não poderemos deixá-lo ir embora. Ele nos denunciaria na mesma hora para uma agência da lei nazista de fim de mundo, e eles viriam nos caçar como se fôssemos cachorros.

Jesus, eu falei isso? Ou só pensei? Eu estava falando? Será que eles me ouviram? Olhei para o meu advogado, mas ele parecia não ter percebido nada, olhando para a estrada, dirigindo nosso Grande Tubarão Vermelho a uns 180 por hora. Nenhum som vinha do banco de trás.”

Para conseguir publicar loucuras como essas, Thompson virou um free lancer para revistas como a Playboy e a Rolling Stone. No entanto, de tudo o que li dele a melhor parte é a fase pré-gonzo, quando escrevia para o The Nation e o National Observer e produziu análises brilhantes sobre o movimento hippie, a esquerda não estudantil e a força aérea americana.

Um comentário:

Anônimo disse...

você já sabe que adorei o texto stress e bombardiante! háháhá! >;) Mto bom! Encarnou O personagem (chega dessa de A personagem, neh?) mesmo!